domingo, 19 de agosto de 2012

Mary e Max (Mary and Max) 2009


Não sou muito de assistir animações, mas concordo que as vezes há algumas que nos surpreende tanto, que passa a fazer parte da lista de melhores filme. Com Mary e Max não foi diferente. Procurando filmes pra ver na lista top 250 do IMDB encontrei essa animação que não conhecia até então.
Baseando-se em uma história real, o diretor australiano Adam Elliot dá vida, em stop motion, a história de dois amigos que se correspondem por carta. Mas não se engane, apesar de parecer um animação fofa para crianças, Mary e Max trata quase exclusivamente de conflitos adultos, relações problemáticas, necessidade de amor e o quanto o mundo é estranho. Mas nem tudo é drama, o filme tem ótimas cenas cômicas, situações engraçadas, irônicas do dia a dia e um pouco de humor negro, pra quebrar a tensão.

Ela uma garotinha feia e triste de 8 anos que mora no subúrbio de Melbourne, tem o pai ausente e a mãe alcoólatra. Ele um judeu de 44 anos, obeso, solitário, mora em Nova York e com portador da Síndrome de Asperger. Em um acaso do destino passam a se corresponderem. O cenário do filme é muito rico, e bem trabalhado. Os personagens que são meio caricatos, propositalmente, talvez pra exemplificar que as pessoas não são perfeitas.

O filme lembra em alguns momentos O fabuloso destino de Amélie Poulain, seja nas relações, simplicidade dos diálogos e a sempre presente narração. Assim como no filme de Jean Pierre Jeunet, no filme predomina-se apenas duas cores, porem de uma forma mais triste. Cinza de Nova York e o Marron da Austrália, com pequenos detalhes em cores. Há outras referencias que podemos ver como  Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo dentre outras.
E apesar de ser um filme de massinha, os personagens conseguem passar toda a emoção, acredito que até mais que se o filme fosse com pessoas reais, e como o próprio personagem define: "A vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras, têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro." 

domingo, 29 de julho de 2012

Enter Nowhere (Enter Nowhere) 2011


Uma cabana abandonada na floresta onde chegam três estranhos, Samantha, Tom e Jody.
Procurando por ajuda e tendo que lidar com o frio, a fome e os conflitos que vão surgindo.
Parece até um pouco clichê, mas vamos acompanhando os minutos iniciais do filme, onde os personagens vão sendo apresentados, com ótimos dialogos e um suspense que cresce cada vez mais.
E a medida que algumas dúvidas vão sendo respondidas, vão surgindo muitas outras que vão ligando os personagens até que tudo começa a fazer sentido.
Não dá pra contar sem estragar a história, mas achei um ótimo filme de suspense, com boa amarração da trama e um desenrolar bem interessante.
Só acredito que o filme deveria ter terminado, quando devia ter terminado. Filme de estreia do diretor Jack Heller e que conta com Sara Paxton, ja conhecida de alguns filmes e seriados.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A conspiração da lâmpada (The Light Bulb Conspiracy) 2010


A conspiração da lâmpada ou Pirâmides de Lixo, como o próprio filme se identifica, é um documentário de 2010 que trata da obsolescência planejada.
E apesar do termo ser talvez estranho pra muita gente, certamente você já conhecia, apenas não sabia o nome. 


Sabemos que todo produto tem uma vida útil definida, isso acontece por causa do desgaste natural de peças e componentes, isso é natural. Mas e se as empresas pudessem reduzir a vida útil desses produtos, afim de estimular o consumismo? 
Obsolescência planejada é uma pratica criada por engenheiros e designers de produtos, que faz com que determinado produto tenha uma vida útil reduzida, assim forçando a substituição por outro produto novo o mais rápido possível.
Vamos acompanhando no filme algumas situações e exemplos, desde um simples, como a lampada, que poderia durar milhares de horas e como um cartel formado definiu um padrão de horas, até a gigante Apple com seus inúmeros lançamentos de novos produtos a cada ano, justamente essa que se diz uma empresa jovem e a favor da sustentabilidade.
Claro que isso gera montanhas de problemas: como aumento do consumismo, ônus para o  cliente, toneladas de lixo eletrônico que vão parar em países pobres, que acabam sendo a lixeira do mundo.


Em tempos de Rio+20, foi mostrado no evento, que humanidade já está consumindo 30% a mais do que o planeta é capaz de repor e é preciso que haja uma redução em até 40% as emissões de gases de efeito estufa para que a temperatura não suba mais do que 2º C. 
Porem nem tudo é ruim, uma comunidade chamada iFixit tem como lema que todas as pessoas devem aprender como funcionam seus aparelhos, e disponibilizam manuais de reparo para pequenos e simples problemas, e atire a primeira impressora aquele que nunca teve um aparelho que após um defeito, teve que ser susbstituido por um novo. E claro que alem do iFixit, há também hoje diversas comunidades que ajudam e muito nessa hora.


O filme foi dirigido pela diretora espanhola Cosima Dannoritzer, que usa o mesmo celular há 13 anos e diz: “Nós não queremos um computador com 20 anos de idade,mas a vida útil dos produtos está se tornando mais curta e não dá para atualizar nada sem jogar o objeto inteiro no lixo”

sexta-feira, 6 de julho de 2012

5 filmes de Mario Monicelli

Bom pessoal, estive de férias por uns dias e por isso não andei assistindo filmes, o que fez com que não publicasse nada nesse período.

Porem, escrevi um post com uma seleção de dirigidos pelo cineasta Mario Monicelli publicado no blog Little Italy que vocês pode conferir no link
5 filmes de Mario Monicelli

E na próxima semana volto com mais posts. =)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

3 idiotas (3 Idiots) 2009

 Antigamente a cidade de Mumbai na Índia se chamava Bombaim, justamente ali começava a prosperar a indústria de cinema daquele país. Com o tempo fizeram uma associação com a cidade cinematográfica americana Hollywood, nascendo assim Bollywood, a indústria Indiana de filme que mais produz filmes no mundo. E vez ou outra nos surpreende com algo verdadeiramente bom, como é o caso de 3 idiotas, filme que foi um dos maiores sucesso das bilheterias da Índia. 

Temos aqui uma ótima comédia, com pouco de drama, suspense e romance que nos apresenta 3 alunos sonhadores que ingressam em uma faculdade de Engenharia, muito renomada e bem difícil de entrar e com o tempo se tornam amigos. Cada um deles com uma história de vida bem diferente do outro, que vão sendo apresentadas através de flashbacks. Um dos alunos, Rancho começa a criticar a  forma de ensinar, mostrando que aprender é diferente de decorar. Outra dura crítica mostra a falta de liberdade dos alunos em escolher uma carreira própria, onde homens devem ser engenheiros e mulheres médicas para serem bem sucedidos e o alto número de suicídios entre os alunos. 

Claro que como todo filme indiano tem algumas característica como, em determinado momento, todos começam a dançar felizes e a longa duração que chega a quase 3 horas, mas que em nenhum momento se torna chato ou cansativo.

O filme faturou  16 dos 27 prêmios do Internacional Indian Film Awards 2010, fazendo também grande sucesso no festival de Cannes daquele ano, no entanto nada disso foi suficiente para que o filme chegasse as terras tupiniquins. 
Mas se quiserem conferir e conhecer mais do cinema de Bollywood em melhor estilo, é só procurar na internet.  Eu encontrei o filme facilmente.

domingo, 13 de maio de 2012

Casamento Silencioso (Nunta Muta) 2008

 
Percebi que os filmes romenos que venho assistindo tem algo em comum, que é fazer críticas sobre o seu país. Há uns anos atrás falei aqui no blog sobre o também romeno 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias. A crítica agora em Casamento Silencioso é em torno do reflexo do comunismo, que esteve na Roménia do fim dos anos 40 até a queda do muro de Berlim. Filme de estreia do diretor Horatiu Malaele, que já atuou como ator em diversos filmes.
Uma equipe de reportagem chega a um vilarejo isolado para fazer uma reportagem sobre fenômenos estranhos, nessa vila vive somente mulheres e um único homem, o prefeito, que então começa a contar os acontecimentos. Assim entramos em um flashback que conta a verdadeira história do filme. Voltamos ao ano de 1953, onde  a Roménia estava em seu auge do comunismo russo, situação que não era bem vista pelos alegres e barulhentos camponeses (e as vezes bebados). Chega então a noticia da morte de Stalin (em 5 de março desse ano, após um derrame), assim o governo decreta luto oficial. Vamos assistindo em seguida a preparação de um casamento silencioso. Assim como as comédias Italianas de Monicelli e Felini, temos aqui uma comédia dramática, que ao mesmo tempo que diverte, denuncia e faz uma crítica rica e criativa aos abusos do regime bolchevista soviético. Destaque também para a fotografia do filme com belas cenas, e ótimos diálogos, ou melhor, a falta deles.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Um conto Chinês (Un Cuento Chino) 2011

Aqui estou eu, mais uma vez voltando a escrever no blog. E prometo mais uma vez ser fiel, escrevendo toda semana, afinal tenho visto muitos filmes bons e dá essa vontade compartilhar com alguém ai fora.


É incrível como até fazendo um papel de um rabugento, metódico e chato, Ricardo Darin consegue ser tão carismático.
O mala em questão é Roberto, um veterano de guerra que vive solitário, tem uma loja de ferragens, do tipo que conta os pregos da caixa e que coleciona manias, e que por um acaso do destino é obrigado a conviver com um chinês, Jun, que não fala uma palavra de espanhol e vem quebrar a rotina do protagonista.


 Bom, até aqui nada de mais, só que a genialidade do filme é extrair uma trama complexa, divertida e fazer com que criemos uma grande conexão com os personagens, a partir de uma idéia tão simples, coisa que o cinema argentino consegue fazer muito bem. Duvidas como: será que os fatos e situações ocorridos em nossas vidas têm algum objetivo ou eles apenas acontecem? Será que as coincidências existem ou não? Ou como define o personagem, "A vida é algo sem sentido, um absurdo".
O filme é dirigido por Sebastián Borensztein, que até então não conhecia, e que conseguiu bater recordes de exibição no seu país de origem, ganhando o título de filme Argentino do ano.
Pra quem quiser assistir e conhecer mais comédias dramáticas com o Darin, recomendo muito o Nove Rainhas, que pra mim é o melhor e também O Filho da Noiva. =)